GECC - Junho 2015


  • Somos um grupo Espírita Cristão.
  • Fundado em Março de 1975.
  • Nosso amigo e orientador espiritual: Dr. Bezerra de Menezes.
  • Nosso objetivo: aplicar e ampliar a fraternidade, como nos ensinou o Mestre, nos esforçando, através estudo da Doutrina Espírita e a prática da caridade, a atingirmos a meta "amar ao próximo como a nós mesmos".
NOSSO ENDEREÇO: Travessa da Confiança, 91 - Vila da Penha/RJ - Tel.: 3042-8532.



Junho / 2015
DIA/HORA
EXPOSITOR
TEMA
4ª-feira
03
20h
Ângelo Mello
Quais as Causas do nosso Sofrimento?
6ª feira
05
20h
Fatima Palitó
Reconhece-se o Verdadeiro Cristão por suas Obras
Sábado
06
15h
Aline Carvalho
Estudo do Evangelho / Educadores do Coração
4ª-feira
10
20h
Moisés S. Pereira
O Homem Integral
6ª feira
12
20h
Diva Elena
Como Conviver com as Mudanças na Família.
Sábado
13
15h
Dalva Medeiros
Estudo do Evangelho / Educadores do Coração
4ª-feira
17
20h
Claudio Amaral
Reencarnação: Um Processo Educativo.
6ª feira
19
20h
Eulina Castro
Evangelho: a Bússola do Amor.
Sábado
20
15h
Marcos Nunes
Estudo do Evangelho / Educadores do Coração
4ª-feira
24
20h
Eduardo Henrique
Vivemos, pensamos, realizamos.
6ª feira
26
20h
Gilson Bordalo
Atitudes Cristãs na Atualidade.
Sábado
27
15h
Dalva Medeiros
Parábola do Joio e do Trigo.























A caridade na justiça

Santo Agostinho afirmava que “onde não há caridade não pode haver justiça”. Que grande e profunda afirmação, digna da nossa mais séria reflexão, sobretudo nos tempos atuais em que enxameiam os comportamentos severamente equivocados e negativos de um lado, e de outro, infestam as atitudes pretensamente capacitadas para julgar, determinar e sentenciar as criaturas envolvidas nesses eventos nefastos, provocadores de tanto sofrimento e assombro na grande maioria sujeita ao resultado desses procedimentos.
     Atualmente se constata a cada dia mais um caso, ou vários, de desvio moral nas mais diversas atividades, nas instituições que deveriam primar por seus valores ético-morais, e entre pessoas que, há algum tempo atrás, julgávamos merecedoras do nosso respeito e, principalmente, confiança as denúncias fazem aflorar os mais vergonhosos e tristes feitos, imorais e amorais, muitos deles ocorrendo desde longa data, em praticamente todas as áreas das atividade humana.
     Contudo, é sempre necessário termos em mente que nada acontece sem um propósito; sem que, de alguma formar, todos nós tenhamos, ainda que por omissão, contribuído para isso. No Livro dos Espíritos, dentro do contexto da Lei do Progresso, na questão 783, os Espíritos responderam a Kardec que: “Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas; mas, quando um povo não avança bastante rápido, Deus lhe provoca de tempos em tempos um abalo físico ou moral que o transforma”. E , ao que tudo indica, chegamos a esse ponto.
     Em Obras Póstumas , há um  estudo bastante aprofundado sobre a questão das expiações coletivas, as quais, no entanto, não excluem as nossas expiações individuais; que somos responsáveis enquanto encarnados, por três situações; como indivíduo propriamente dito, ou seja, quanto às opções e escolhas pessoais; como membro de uma família e como cidadão, participante, seja como for, de um grupo, de uma coletividade, menor ou maior.
     É ao longo das ações nessas três condições que contraímos a nossa inserção nesta ou naquela situação futura. Lamentavelmente sabemos que, de um modo geral, não vimos realizando boas construções no decorrer do tempo...
     O progresso é lei natural, nada o pode impedir; entanto, muitas vezes podemos atrapalhar o seu bom andamento e, assim, nos colocamos a mercê da “força das coisas” como bem designava Allan Kardec tais situações. Todavia, essa “força das coisa” é regido por uma lei maior, a Lei da Justiça, Amor e Caridade. Porque ai de nós se assim não fosse...
     Penso que Santo Agostinho, ao fazer essa afirmativa da necessidade de se aplicar a caridade no julgamento, já conhecia essa lei divina da justiça com amor e caridade. Espírito do seu gabarito, que nos traz a recomendações tão valiosas na questão 919 do Livro dos Espíritos, quanto ao método para nos conhecermos e melhor avaliar nossas atitudes cotidianas, certamente já possuía grandeza de alma suficiente para compreender o que afirmava.
     São Luiz, no Livro dos Médiuns, Capitulo XXIV, esclarece que “para julgar os Espíritos, como para julgar os homens, é necessário antes saber julgar-se a si mesmo”. Por questões de contexto dentro do livro, São Luiz faz a distinção entre desencarnados e encarnados; todavia, tanto uns como outros, somos Espíritos, simplesmente em diferentes dimensões da vida, mas sujeitos às mesmas leis naturais.
     Naturalmente compreendemos que isto não significa conivência e cumplicidade com os erros  e desacertos cometido de forma geral. O próprio São Luiz nos faz recomendações preciosas sobre isso no Evangelho Segundo o Espiritismo, Capitulo X, itens 19, 20, e 31. é necessário , porém, sempre muito cuidado e inclusive respeito para com aquele sendo julgado. Quando se trata de uma intenção útil, a benefício do progresso de todos, ele ainda afirma ! “é um dever que a caridade manda cumprir com todas as cautelas possíveis”.
     Podemos inferir que, face às questões terrenas, a caridade na justiça significa observância criteriosa das leis, isenção de parcialidades e privilégios; extinção da impunidade, mas penalidades visando, sobretudo, o despertamento e a reeducação; casa de detenção que ofereçam condições adequadas ao refazimento do ser humano em resgate de suas faltas, assegurando, tanto quanto possível, na reinserção na sociedade.
     E não devemos, nós espíritas, esquecer a bandeira desfraldada pelo mestre lionês Allan Kardec, sob a qual os seres podem se abrigar: Fora da Caridade não há Salvação! Ainda no Evangelho Segundo o Espiritismo, Capitulo XI, item 15, o Espírito Elizabeth de França nos incentiva a orar pelo criminosos de todo o tipo “é vosso próximo, como o melhor dos homens. Sua alma, transviada e revoltada, foi criada como a vossa, para se aperfeiçoar. Ajudai-o, pois, a sair do lamaçal, e orai por ele!”.
OBS—Para quem ainda não viu, sugiro assistir o filme “ Os Últimos Passos de um Homem – a  historia de uma freira que acompanha os últimos dias de um criminoso condenado a pena de morte nos USA.

Fonte: por  Doris Gandres
Correio Espírita  Março/2015